"Longe é um lugar perto que se chega com paciência."
(Fábio Ibrahim El Khoury)

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Medo é a não aceitação do que é

O medo encontra várias fugas. A variedade comum é a identificação, não é? Identificação com o país, a sociedade, uma ideia. Você já não reparou como reage quando vê um desfile, um desfile militar ou uma procissão religiosa, ou quando o país corre perigo de ser invadido? Você então se identifica com o país, com um ser, com uma ideologia. Há outras ocasiões em que você se identifica com seu filho, com sua esposa, com uma forma particular de ação, ou inação. Identificação é um processo de abnegação. Enquanto eu estiver cônscio do “eu”, sei que há dor, há luta, há medo constante. Mas se posso me identificar com alguma coisa maior, com alguma coisa que valha, com beleza, com vida, com verdade, com crença, com conhecimento, pelo menos temporariamente, há uma fuga do “eu”, não há? Se falar sobre “meu país” esqueço temporariamente de mim mesmo, não esqueço? Se puder dizer alguma coisa sobre Deus, esqueço de mim mesmo. Se posso me identificar com minha família, com um grupo, com um partido particular, com certa ideologia, então há uma fuga temporária. Agora nós sabemos o que o medo é? Ele não é a não aceitação do que é? Devemos compreender a palavra aceitação. Não estou usando essa palavra para significar o esforço feito para aceitar. Não há dúvida sobre aceitar quando eu percebo o que é. Quando não vejo claramente o que é, então eu trago o processo de aceitação. Portanto, o medo é a não aceitação do que é. 
 
- J. Krishnamurti, The Book of Life

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