"Longe é um lugar perto que se chega com paciência."
(Fábio Ibrahim El Khoury)

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Krishnamurti: Segurança





Segurança

Alguns de vocês estão buscando segurança física através da riqueza, conforto, e do poder sobre os outros que a riqueza lhes confere; vocês estão interessados em diferenças sociais e privilégios sociais que lhes assegurem uma posição da qual tiram satisfação. Segurança física é uma forma rude de segurança, mas desde que tem sido impossível para a maioria da humanidade obter essa segurança, o homem se voltou para a forma sutil de segurança que ele chama de espiritual ou religiosa. Devido ao desejo de fugir do conflito, você busca e estabelece segurança – física ou espiritual. O anseio por segurança física se mostra no desejo de ter uma substancial conta no banco, uma boa posição, o desejo de ser considerado alguém na cidade, o empenho por graduações e títulos e todas estas bobagens insignificantes. Então alguns de vocês ficam insatisfeitos com a segurança física e se voltam para uma forma de segurança mais sutil. É ainda segurança, mas simplesmente um pouco menos óbvia, e você a chama de espiritual. Mas eu não vejo verdadeira diferença entre as duas. Quando você está saciado com a segurança física ou quando não pode obtê-la, se volta para o que chama de segurança espiritual. E quando se volta para essa, você estabelece e vitaliza aquelas coisas que chama de religião e crenças espirituais organizadas. Porque busca segurança, você estabelece uma forma de religião, um sistema de pensamento filosófico onde fica preso, do qual se torna escravo. Portanto, do meu ponto de vista, as religiões com todos os seus intermediários, suas cerimônias, seus sacerdotes, destroem a compreensão criativa e pervertem o julgamento.

- Jiddu Krishnamurti Stresa, Italy
1st Public Talk 2nd July, 1933

Descubra o que você realmente sente e pensa


 


Descubra o que você realmente sente e pensa


Falando com grupos de ouvintes em todo o mundo, descobri que mais e mais pessoas parecem não compreender o que estou dizendo, porque chegam com ideias fixas; eles escutam com sua atitude tendenciosa, sem tentar descobrir o que tenho a dizer, mas apenas esperando descobrir o que secretamente desejam. É inútil dizer, “Aqui está um novo ideal pelo qual devo me moldar”. Melhor descobrir o que você realmente sente e pensa. Como você pode descobrir o que realmente sente e pensa? De meu ponto de vista, você pode fazer isso apenas estando consciente da totalidade de sua vida. Então você descobrirá até que ponto é escravo de suas ideias, e descobrindo isso, verá que criou ideais simplesmente para seu consolo.

- J. Krishnamurti Alpino, Italy 1st Public Talk 1st July, 1933 The Collected Works Volume II

Observação não é desapego




 


Observação não é desapego

Uma mente que é indiferente está consciente da pequenez de nossa civilização, da pequenez de nosso pensamento, das relações horríveis; está consciente da rua, da beleza de uma árvore, ou de um belo rosto, um sorriso; e ela não nega nem aceita isto, mas apenas observa – não intelectualmente, não friamente, mas com aquela indiferença afetiva calorosa. Observação não é desapego, porque não existe apego. Só quando a mente está apegada – à sua casa, à família, a algum emprego – você fala sobre desapego. Mas, você sabe, quando você está indiferente, há uma doçura com isto, há um perfume com isto, há uma qualidade de tremenda energia, este pode não ser o significado dessa palavra no dicionário. A pessoa tem que ser indiferente – à saúde, à solidão, ao que as pessoas dizem ou não dizem; indiferente se você tem sucesso ou não tem sucesso; indiferente à autoridade. Agora, se você observar, você escuta que alguém está atirando, fazendo muito barulho com uma arma. Você pode muito facilmente se acostumar com isto; provavelmente você se acostumou com isto, e fica com um ouvido surdo – isso não é indiferença. A indiferença surge quando você ouve este barulho sem resistência, vai com esse barulho, é levado com esse barulho infinitamente. Então esse barulho não afeta você, não perverte você, não o torna indiferente. Então você ouve todos os ruídos do mundo – o ruído de seus filhos, de sua esposa, dos pássaros, o ruído da conversa fiada dos políticos – você ouve isto completamente com indiferença e, portanto, com compreensão.

- J. Krishnamurti Bombay 6th Public Talk 7th March 1962

A essência do controle é a repressão




A essência do controle é a repressão.


A essência do controle é a repressão. O puro olhar põe fim a toda forma de repressão; ver é infinitamente mais sutil do que o mero controle. O controle é comparativamente fácil, não precisa de muita compreensão; adaptar-se a um padrão, obediência a uma autoridade estabelecida, medo de não fazer a coisa certa, da tradição, o impulso para o sucesso, estas são as coisas que provocam repressão do que é ou a sublimação do que é. O puro ato de ver o fato, qualquer que seja o fato, traz sua própria compreensão e daí, a mutação acontece.

- J. Krishnamurti Krishnamurti s Notebook Part 7

Por que a pessoa deveria meditar?


 


Por que a pessoa deveria meditar?

O que é meditação? Por que se deveria meditar? Para descobrir isso, pare de meditar. Para descobrir o que é verdadeira meditação, não sua ou minha, seu tipo ou meu tipo, ou o tipo de X, mas o que é meditação, para descobrir você não pode se prender a uma espécie de meditação que você tem e então examinar. Isso é como um burro amarrado num poste. Então você tem que estar livre para examinar. Primeiro a pessoa pode ver claramente que apenas uma mente muito, muito quieta pode observar precisamente. Só uma mente quieta pode observar precisamente, não uma mente perturbada. Assim, uma mente quieta é absolutamente necessária para observar. Mas se você diz, “Ah, mas como vou ter tal mente quieta?” Então você está buscando um sistema, um método, você vai atrás de alguém que você pensa que tem uma mente quieta, e pergunta a ele, “Por favor, me diga o que fazer”. E assim, você está preso na armadilha porque ele lhe dirá e você vai praticar – se for bastante tolo. Mas você vê a importância de ter uma mente absolutamente quieta. Uma mente que não tem problema.

- J. Krishnamurti Bombay 4th Public Talk 31st January 1979

Encare o fato e veja o que acontece


 

 
Encare o fato e veja o que acontece

Todos nós tivemos experiências de tremenda solidão, onde livros, religião, tudo passou e ficamos tremendamente, interiormente sós, vazios. A maioria de nós não pode encarar esse vazio, essa solidão, e fugimos dela. A dependência é uma das coisas para onde corremos, dependemos porque nós não conseguimos ficar sós conosco mesmos. Temos que ter o rádio ou livros ou conversa, o tagarelar incessante sobre uma coisa ou outra, sobre arte e cultura. Assim nós chegamos nesse ponto em que sabemos que existe este extraordinário sentido de autoisolamento. Podemos ter um emprego muito bom, trabalhar furiosamente, escrever livros, mas interiormente há este tremendo vácuo. Queremos preencher isso e a dependência é um dos meios. Usamos dependência, diversão, trabalho na igreja, religiões, bebida, mulheres, uma dúzia de coisas para encher, encobrir isto. Se virmos que é absolutamente fútil tentar encobrir isto, completamente fútil, não verbalmente, não com convicção e, portanto, concordância e determinação, mas se virmos o total absurdo disto, então estamos frente a um fato. Não é uma questão de como se livrar da dependência; isso não é um fato; isso é apenas uma reação a um fato. Por que eu não encaro o fato e vejo o que acontece? Agora surge então o problema do observador e do observado. O observador diz, “Eu sou vazio; não gosto disso” e foge disto. O observador diz, “Eu sou diferente do vazio”. Mas o observador é o vazio; não é o vazio visto por um observador. O observador é o observado. Há uma tremenda revolução no pensar, no sentir, quando isso acontece.

- J. Krishnamurti, The Book of Life

O pensador é o pensamento


 

O pensador é o pensamento


Não é necessário compreender o pensador, o autor, o ator, já que seu pensamento, sua ação não pode ser separada dele? O pensador é o pensamento, a ação é o autor. O pensador é revelado em seu pensamento. O pensador, através de suas ações, cria sua própria miséria, sua ignorância, sua luta. O pintor pinta este quadro de felicidade efêmera, de sofrimento, de confusão. Por que ele produz este quadro doloroso? Certamente, este é o problema que deve ser estudado, compreendido, dissolvido. Por que o pensador pensa seus pensamentos, de onde fluem todas as suas ações? Este é o muro de pedra contra o qual você vem batendo sua cabeça, não é? Se o pensador puder transcender a si mesmo, então todo o conflito cessará: e para transcender ele deve conhecer a si mesmo. O que é conhecido e compreendido, o que é realizado e completado não se repete. É a repetição que dá continuidade ao pensador.

- Krishnamurti, J. Krishnamurti, The Book of Life

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